De acordo com o médico urologista Juliano Brasil, a maioria dos homens só procura o médico especialista quando a saúde já está em situação crítica. “Mas isso vem mudando”, afirma. O médico explica que nas clínicas privadas o número de pacientes aumentou até mais que o dobro nos últimos anos.
Já no Sistema Único de Saúde (SUS), o pudor, comum há algum tempo, também tem desaparecido. “A diferença é que pelo SUS o acesso é mais complicado. A pessoa tem tantos outros problemas para resolver e conseguir uma consulta é tão difícil que, muitas vezes, os pacientes não chegam a tempo ao urologista e já estão com uma doença em estágio avançado.”
Para o Dr. Juliano, a culpa pela dificuldade de acesso às consultas não é dos gestores da saúde pública, mas do próprio SUS. “Nos lugares que atendo pelo SUS, as pessoas também procuram para fazer exames de rotina”, diz.
A figura da mulher ainda é muito presente nos consultórios. Em geral, são elas as responsáveis por incentivar os homens a procurar um médico. “E são elas que começam a contar os problemas de saúde do homem”, conta o urologista.
O exame de toque retal ainda é visto com preconceito. No entanto, a barreira para o exame também tem diminuído aos poucos. “É um exame simples, rápido e não é doloroso. Claro, quando a pessoa está constrangida, o exame é mais desconfortável. Mas é impossível comparar a possível dor do toque retal com a dor do câncer de próstata”, afirma.
Os exames de rotina devem começar por volta dos 40 anos para grupos de risco, com familiares com câncer de próstata ou negros, que têm incidência maior da doença. Para todos os outros, a partir dos 50 anos.
EREÇÃO
Os problemas de ereção não costumam estar relacionados ao câncer de próstata. De acordo com o urologista, em 60% das vezes o problema é psicológico. Apenas em 40% dos casos a impotência é considerada uma doença. “São esses casos que têm forte relação com doenças cardiovasculares.”
A impotência costuma acontecer por um entupimento na artéria que leva o sangue para o pênis, que não é muito diferente das artérias que levam o sangue para o coração. “A impotência orgânica (doença) é como um marcador de risco para uma doença cardiovascular. Se está entupida a artéria do pênis, pode entupir a artéria do coração”, explica o urologista. Nesses casos, o paciente, além do tratamento com o urologista, também é encaminhado ao cardiologista.
Segundo o Dr. Juliano, o Viagra serve para qualquer tipo de impotência, já que mesmo a impotência causada por problemas psicológicos pode ser resolvida com o medicamento. “Se o homem ganha a confiança com o Viagra, nas próximas vezes já não precisará.”
O medicamento é vendido sem receita nas farmácias. Porém, o médico alerta que não deve ser usado por quem toma medicamentos do coração que têm nitratos na composição.
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